Infraestrutura pode ser plataforma para manter economia em atividade

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A desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre já era esperada, fruto do baixo crescimento dos países mais desenvolvidos, o que tem afetado os mercados e as economias de todas as nações. De acordo com dados do IBGE, a economia brasileira registrou crescimento zero no terceiro trimestre, em comparação ao período imediatamente anterior. A expansão acumulada até setembro foi de 3,2% no ano e 3,7% nos últimos 12 meses.

O Brasil, mesmo com um mercado interno robusto, está exposto às conseqüências da baixa atividade econômica global. Faz sentido, por isso, as medidas que as autoridades econômicas e monetárias têm adotado para buscar estimular o investimento, a produção e o consumo no Brasil.
Diante de carências e gargalos existentes nas mais diversas áreas, o investimento em infraestrutura pode se transformar numa correia de transmissão de crescimento para outras cadeias produtivas, significar um impulso importante na geração de renda e emprego, combater sensivelmente pressões inflacionárias e colaborar para o fortalecimento da competitividade da economia brasileira.
O que o país precisa, então, é manter o foco na viabilização de programas e projetos que signifiquem a expansão dos investimentos na infraestrutura acima dos 10% ao ano. O Brasil oferece boas perspectivas de crescimento econômico no longo prazo, o que contribui para a atração de recursos internos e externos pra empreendimentos na infraestrutura.
Algumas medidas adotadas recentemente ajudam a melhorar o ambiente para negócios no setor. Entre elas, a regulamentação do investimento em debêntures de infraestrutura, a aprovação de lei que regulamenta o exercício das competências comuns entre governos nas atividades de licenciamento e fiscalização e a publicação de portarias esclarecendo e padronizando procedimentos relativos ao licenciamento ambiental.
A Abdib tem convicção que a expansão dos investimentos em infraestrutura é condição essencial para o Brasil melhorar as condições sociais da população e aumentar a participação do mercado internacional. Com condições adequadas de financiamento, bons projetos e boa gestão nos processos preparatórios das obras, o setor pode contribuir mais fortemente para o PIB no médio e longo prazo.
Paulo Godoy é presidente da Abdib