A economia nos tempos da Covid-19

Em recente relatório, “A economia nos tempos da Covid-19”, o Banco Mundial projetou uma retração de 5% na economia brasileira em 2020. Dados do IPEADATA com início em 1901, mostram que essa será a maior retração da economia brasileira. Tal relatório, que aborda situação da América Latina e do Caribe, traz diversos pontos de alerta para a região – e sugestões importantes para a superação da crise. Embora o relatório ainda traga dados relevantes quanto a uma possível recuperação em 2021 e 2022, quando comparado com dados da região, o Brasil figura em uma posição de descompasso com a região.

Dentre as medidas mais relevantes do relatório destacam-se:

  • Perdas econômicas devem ser centralizadas nos governos porque só eles podem servir como um “insurer of last resort
  • Importante que o plano tenha transparência, seja possível de executar e tenha prioridades claras.
  • As ações mobilizarão recursos fiscais. Diante da dificuldade fiscal da região, é importante comunicar como essas perdas serão gerenciadas. Uma decisão nesse sentido iria coordenar as expectativas e ajudar os agentes econômicos a se ajustar para um novo cenário, servindo como um contrato social sobre como gerenciar a crise.
  • O relatório alerta que a grande informalidade no mercado de trabalho da região e o espaço fiscal curto fazem com que a construção correta de políticas públicas seja “crucialmente importante”.
  • Os governos devem utilizar as redes de proteção social que já existem e aumentá-las, para aumentar a velocidade das medidas.
  • A organização também sublinhou a importância dos programas de distribuição de alimentos.
  • Os governos precisam agir de diversas formas para proteger o mercado de trabalho. Nas grandes empresas, sugere-se apoio por meio de injeção de recursos em troca de um compromisso da manutenção dos empregos. Nas pequenas empresas, essa ação pode ser feita por bancos, onde o governo poderia, por exemplo, atuar dando garantias ou no compartilhamento de risco dos financiamentos.
  • A possibilidade de uma crise financeira não está excluída. Diante disso, a instituição defende que os governos devam atuar na coordenação do mercado.
  • O relatório cita também que os governos deverão estar abertos à possibilidade de comprar ações de empresas estratégicas. Poderá ser necessário ainda recapitalizar bancos e absorver ativos no mercado. Tais medidas deverão ser feitas (e percebidas) de maneira transparente e técnica.
  • Medidas de “isolamento horizontal” resultam em menos casos de Covid-19 do que o isolamento seletivo. Quanto antes medidas de isolamento, seja o seletivo ou o total, sejam adotadas, mais efetivas elas são.

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