Que 2024 chegue logo

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Em julho/2022, escrevi aqui que o país estava focado nas eleições e que a agenda legislativa federal voltada para impulsionar investimentos (projetos de lei relativos às debêntures de infraestrutura, setor elétrico, consolidação das concessões, licenciamento ambiental, securitização de créditos tributários, mobilidade urbana, reforma tributária, etc.) estava paralisada.

Afirmei, ainda, que o ambiente econômico esperado para 2023 não era promissor, em função da previsão de menor desempenho da economia em função da elevação das taxas de juros e de um cenário externo também menos favorável. E terminei o artigo com a frase “que venha logo 2024”.

O que temos hoje? A maior taxa real de juros do planeta, desincentivando investimentos privados e inibindo o consumo das famílias, já bastante endividadas. Comércio varejista, construção civil e indústria não conseguem crescer.

A discussão hoje está focada no novo arcabouço fiscal e na reforma tributária e o Banco Central insiste na manutenção das elevadas taxas de juros.

O ambiente de negócios também não está dos melhores, principalmente nas relações entre os Poderes Executivo e Legislativo. Há, também, riscos decorrentes da insegurança jurídica em algumas agendas da infraestrutura, como a do saneamento básico, que precisam ser mitigados.

Segundo o Boletim Focus, o mercado financeiro estima para 2023 um crescimento econômico pífio de 1,0%, inflação de 6,0% e juros a 12,5% a.a.. Acredito que será um pouco melhor do que isto.

Há uma gigantesca agenda de infraestrutura que precisa ser destravada em todas as esferas de governo, que demandará recursos, garantias, seguros, etc. São projetos de transportes/logística, saneamento básico e infraestrutura social (saúde, educação, segurança pública, parques, florestas, etc.) que precisam sair do papel.

Que 2023 seja o ano das reformas e que 2024 chegue logo.

 

Roberto Figueiredo Guimarães

Diretor da ABDIB e ex-Secretário do Tesouro Nacional