O Índice Abdib-Vallya de Infraestrutura, composto por variáveis dos setores de rodovias, ferrovias, aeroportos, portos, energia elétrica e telecomunicações, registrou alta de 1,15% em abril de 2022 quando comparado ao mês anterior, excluindo os efeitos sazonais. Tal incremento fez com que o indicador superasse em 5,97% o nível registrado em abril de 2019.
Desde fevereiro deste ano, observa-se uma tendência de crescimento do índice. Após redução de 1,91% em janeiro de 2022, em relação a dezembro de 2021, excluindo os efeitos sazonais, o índice apresentou recuperação de 2,17% em fevereiro, acompanhada de crescimento de 3,43% e 1,15% nos meses seguintes, acumulando uma variação de 6,88% no período de janeiro a abril.
Apesar da boa recuperação dos modais ferroviário e, principalmente, do portuário, que tiveram crescimentos de, respectivamente, 9,56% e 17,04% no período de janeiro a abril de 2022, a análise do acumulado de 12 meses voltou a apontar uma queda dos dados de ferrovias em março e abril, as quais não ocorriam desde dezembro de 2020. Já no caso do modal portuário, nota-se uma desaceleração do crescimento do acumulado de 12 meses, chegando a 0,15% em abril.
A redução dos valores do modal ferroviário podem ser explicados em boa parte pela queda do volume transportado de minério de ferro, verificada desde outubro de 2021, e de soja, que vinha apresentando bons resultados, mas teve quedas em março e abril de 2022, em comparação com o mesmo período em 2021, provavelmente por aceleração no escoamento de safra.
O setor aeroportuário apresentou maior celeridade na retomada das atividades, chegando a 85,2% do valor registrado em abril de 2019. Este é o maior valor atingido desde o início da pandemia. O crescimento médio mensal do setor nos últimos 6 meses foi na ordem de 4,28%, excluindo os efeitos de sazonalidade. Destaca-se também o crescimento expressivo do transporte de passageiros, tanto nacionais como internacionais, que saltaram 132,57% e 609,08%, respectivamente, comparando a abril de 2021.
Já o setor de rodovias superou o patamar pré-pandemia dos meses de março e abril de 2019, embora com um acréscimo inferior a 1%.
Referente ao setor de telecomunicações, mantém-se a estabilidade já observada desde novembro de 2021, com uma média de 9,65% acima dos valores do período pré-pandemia. Por fim, o setor de energia, importante termômetro dos demais segmentos da economia, voltou a presentar queda, de 0,41%, em sua série dessazonalizada, após recuperação de 2,61% em março. Assim, destaca-se a complexidade de se projetar a evolução deste setor, o qual não apresenta crescimento ou decrescimento em três meses consecutivos desde novembro de 2020, o que pode ser sinal da estagnação da economia no ano 2022 para setores além do comércio exterior.
Ainda, vale citar que embora a guerra envolvendo a Rússia e a Ucrânia, iniciada no dia 20 de fevereiro, tenha impactado a exportação de alguns produtos para o leste europeu, não há sinais claros de um impacto significativo sobre o uso da infraestrutura brasileira no geral. Única exceção pode ser a queda na exportação do minério de ferro.
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