Sobram recursos no mundo para investir em infraestrutura no Brasil, mas a falta de um calendário consistente de projetos no país afasta a iniciativa privada, na visão de executivos que se reuniram ontem em evento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para discutir o tema. Estudo da consultoria McKinsey, feito a pedido do banco, confirma essa visão. O levantamento concluiu que a falta de continuidade de projetos e baixa continuidade crônica são os maiores gargalos da construção civil no Brasil. Seria necessário mais do que dobrar os investimentos no setor em 20 anos para chegar à média global.
“Há muito capital ao redor do mundo, mas há poucos projetos e pouca organização de governo”, disse Levy, lembrando que uma das principais fontes de recursos são fundos de pensão internacionais. “Como muitos negócios baseados em novas tecnologias não requerem muito capital, a infraestrutura desponta como um destino”, completou. Seja como for, o novo ciclo de projetos permanecerá nas mãos das grandes construtoras, o que o diretor-executivo da Associação Brasileira da infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), Venilton Tadini, definiu como “oligopólio natural”.
Fonte: Valor Econômico