No dia 9, primeiro dia do Roadshow de projetos da Missão ABDIB-LSE em Infraestrutura, foram realizadas apresentações de projetos brasileiros. O diretor de Planejamento e Economia da Abdib, Igor Rocha, ressaltou o papel da missão, que além de oferecer capacitação aos profissionais que atuam no Brasil, trouxe espaço para autoridades públicas apresentarem projetos de infraestrutura que estão sendo estruturados e conduzidos com muita competência. Além disso, o encontro foi uma oportunidade de interação dentre potenciais parceiros de futuros negócios no Brasil e no Reino Unido.

Para Carlos Nascimento, diretor de programas da LSE, parceira na organização da missão, o principal objetivo da iniciativa foi estimular o intercâmbio de negócios e experiências entre os dois países. Segundo Nascimento, o Brasil ainda é e continuará a ser um excelente destino para investimentos e negócios.

Ken Creighton, diretor-executivo da RICS, enfatizou a importância da existência de padrões internacionais para impulsionar investimentos. Segundo Creighton só haverá interesse dos investidores quando eles forem capazes de entender o mercado e quais as referências e padrões discutidos.

No painel Panorama Político e Econômico, Daniel Keller, sócio da UNA Consultoria Econômica e coordenador-adjunto do Comitê de Rodovias da ABDIB, ressaltou a necessidade de aprovação de reformas no Brasil, com destaque para as dos sistemas tributário e previdenciário, e afirmou que o Brasil deve presenciar momentos positivos nos próximos anos com o crescimento do PIB.

Ambiente regulatório brasileiro – Ainda durante o primeiro dia, em um dos painéis mais aguardados pelos investidores, os sócios dos escritórios de advocacia Mattos Filho (Lauro Celidônio e Bruno Werneck) e Tozzini Freire (Ana Cândida de Mello Carvalho e Pedro Seraphim), falaram sobre o atual ambiente regulatório e legal no Brasil.

Os profissionais apresentaram aos britânicos os principais aspectos do marco legal de infraestrutura vigente no Brasil, como a lei de licitações e privatizações, além de alguns detalhes dos marcos regulatórios específicos para alguns setores.

Foram abordados diversos desafios e movimentos recentes, que são chave para o desenvolvimento da infraestrutura, tais como a aprovação da reforma trabalhista, os projetos de lei que alteram a lei de licitações e que reestruturam as agências reguladoras. O grupo ainda apontou diversas oportunidades de investimento estrangeiro em setores da infraestrutura, tais como saneamento básico, concessões no segmento de transportes, iluminação pública, novos leilões de energia, entre outros.

Programas estaduais – Para investidores britânicos, a superintendente de PPP e Concessões do Estado do Piauí, Viviane Moura Bezerra, mostrou o potencial do programa de parcerias público-privadas desenvolvimento, com destaque para projetos como a primeira subconcessão de saneamento do Brasil e concessão da central de abastecimento local.  Viviane ressaltou que a carteira de projetos do Piauí lista 23 projetos em estudo nas áreas de infraestrutura social, logística, saneamento e energia, entre outros.

Em um segundo momento, Margarete Coelho, vice-governadora do Piauí, ressaltou a capacidade técnica do Estado em realizar os projetos de PPP e enfatizou a importância de missões empresariais ao exterior para explicar aspectos dos projetos e atrair a atenção dos investidores internacionais.

A responsável pela unidade de PPP do governo de São Paulo, Isadora Cohen, apresentou o funcionamento do programa paulista de parcerias pública-privada, um dos mais antigos do país. Nos últimos anos, 34 projetos foram viabilizados, totalizando R$ 140 bilhões em investimentos.

Isadora Cohen apresentou projetos de concessões e PPPs que o governo estadual pretende licitar em 2018 e que atualmente estão em fase de preparação, como a operação das linhas 8 e 9 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e o aeroporto de Sorocaba, entre outros.

O secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Paulo Guimarães, apresentou detalhes da carteira de projetos do governo local que soma U$S 5,5 bilhões em potencial de investimentos.  Guimarães destacou ainda a presença de investidores estrangeiros no Estado, entre eles a Inglaterra, e enfatizou o papel do estado no suporte a empresas que desejem investir na Bahia, com atuação da Desenvolve Bahia e da Procuradoria Geral do Estado.

Governo Federal – O diretor-executivo da Caixa, Antonio Gil Silveira, explicou o funcionamento do programa do banco federal de assessoramento a municípios brasileiros, cujo objetivo é auxiliar os gestores municipais na implementação de concessões e parcerias público-privadas. O apoio envolve preparação dos processos de concessão e PPPs e análises técnicas para a execução bem-sucedida de todo o processo.

Para uma plateia de cerca de 80 pessoas, entre integrantes do governo britânico e investidores, o secretário de Articulação para Parcerias e Investimentos da Presidência da República do Brasil, Marco Aurelio de Barcelos Silva, afirmou que o Brasil está de volta aos trilhos e os investidores estrangeiros estão diante de uma janela de oportunidades.

Segundo Barcelos Silva, ao apresentar a lista de projetos do PPI para o ano de 2018, o governo brasileiro, há diversos programas em evolução, incluindo atualização do marco regulatório de concessões e licitações, e a conclusão do Plano Nacional de Logística. Para ele, esse é o momento de investidores estrangeiros apostarem no Brasil.

Em seguida, Mark Prisk, membro do Parlamento Britânico e enviado comercial do Governo para o Brasil, abordou oportunidades de relações comerciais entre os dois países. Prisk explicou que o Reino Unido pode auxiliar o Brasil com soluções de projetos, combinada técnicas e padrões e reforçou o interesse em dar continuidade ao relacionamento entre ambos os países para uma parceria genuína entre ambos.

Sam Hoexter, chefe regional da UK Export Finance, pontuou a agência britânica como uma alternativa de financiamento para projetos de infraestrutura no Brasil. Ele mostrou exemplos bem-sucedidos de financiamento ao redor do mundo, ressaltando as condições para os empréstimos de longo prazo para projetos de infraestrutura.

Reuniões de negócios – Nesses dias, além das empresas e organismos citados também foram realizadas apresentações de representantes do Bradesco Europe, CBGS Advogados, EY Brasil, Felsberg Advogados, Finger & Sommer,  Marsh, Romano Advogados, RICS, Totem Consultoria e UNA Consultoria, que tiveram a oportunidade de mostrar aos britânicos um pouco da atuação de suas empresas.

Após as palestras, os integrantes ainda participaram de reuniões com investidores britânicos e entre os integrantes da missão. Durante os dois dias de apresentação foram realizadas 41 encontros individuais visando à promoção de negócios bilaterais.

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Fotos: Abdib / Divulgação