A abertura do setor aeroportuário

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Nos primeiros meses do ano, ministros e integrantes do governo federal deram depoimentos e sinais de que haverá uma transformação no atual modelo de gestão e operação do setor aeroportuário brasileiro. São novidades bem-vindas.

O cenário que motivou a mudança de rumo é conhecido: a demanda crescente não encontra respostas dos investimentos insuficientes e demorados e da capacidade saturada e pressionada. Com isso, há perda de negócios, mais desconforto e filas extensas, além do normal.
Em um momento em que o governo federal, felizmente, age para transferir para a iniciativa privada alguns investimentos e responsabilidades, é preciso dar atenção a alguns pontos considerados essenciais pelos potenciais investidores e operadores – mesmo que o modelo de negócios ainda esteja em estudos e avaliações.
Um dos pontos essenciais, principalmente se o objetivo é contar com empresas públicas e privadas agindo concomitantemente na operação aeroportuária, é existir governança corporativa e transparência nas estatais, de forma que a competição seja justa e equilibrada. As regras, obrigações e direitos devem ser os mesmos para todos os operadores.
Outro aspecto importante é que o modelo preveja o cumprimento de indicadores de qualidade para a prestação de serviços, como ocorre tradicionalmente em mercados nos quais as concessões já estão consolidadas. A partir da instituição de metas e controle da qualidade, é possível incentivar a busca pela excelência e corrigir distorções ou falhas.
Paulo Godoy é presidente da Abdib