ABDIB NA IMPRENSA: “O Brasil é um país sem transporte”, afirma presidente da Abdib
Com uma redução drástica de investimentos nos últimos 10 anos, a infraestrutura de transporte no Brasil não acompanhou os avanços registrados nos setores de energia e telecomunicações. “Esse é o nosso maior gargalo de competitividade, porque ele inclui as estruturas rodoviária, ferroviária, hidrovias e cabotagem”, afirma o presidente-executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Venilton Tadini, que lembra que a necessidade de superávits no Brasil reduziu os recursos orçamentários para transportes e logística a 0,32% do PIB no ano passado, quando seriam necessários 2,26% do PIB para que a infraestrutura logística brasileira não ficasse atrasada. Em números, são R$ 192,6 bilhões a menos do que o necessário. “O Brasil é um país sem transporte”, afirma Tadini. “Nós temos rodovias que são insuficientes para a estrutura da nossa população e da nossa extensão territorial”, acrescenta.
Salto da produção de petróleo consolida o Brasil na exportação
A produção brasileira de petróleo terá um salto nos próximos anos, para atingir um novo pico no final da década, consolidando o Brasil entre os grandes produtores da commodity. O cálculo é de que em seis anos o volume alcançará 5,1 milhões de barris diários, alta de 50% ante a marca atual, o que deve empurrar o país da nona para a quinta colocação global. Um dos efeitos diretos, segundo especialistas, é que a indústria de petróleo seguirá com um papel relevante nas contas públicas, diante de um pano de fundo de valorização do óleo dado o contexto geopolítico. Do lado da indústria, a leitura mais recente é de que a demanda por óleo fóssil seguirá aquecida nos próximos anos, a despeito das discussões sobre a transição energética.
Alagoas estuda atrair sócio a companhia de água
O governo de Alagoas vai estudar a reestruturação da estatal de água e esgoto, a Casal (Companhia de Saneamento de Alagoas). Uma das possibilidades que serão estudadas é a atração de sócios privados à empresa, afirmou, ao Valor, a secretária estadual da Fazenda, Renata dos Santos. O BNDES, que deverá conduzir o processo, encerrou em outubro um chamamento para consultorias interessadas em fazer os estudos. O banco de fomento define o projeto como de “reestruturação e alienação, minoritária ou de controle, do capital social da empresa”, indicando que a privatização também seria estudada. No entanto, a secretária afirma que esta alternativa está fora de cogitação para o Estado.
Hydro Rein e Macquarie
A Macquarie Asset Management adquiriu 49,9% da Hydro Rein por cerca de US$ 332 milhões, reforçando sua parceria de longa data. A transação ocorreu na Noruega, e a intenção é expandir o portfólio de projetos de energia renovável. As duas companhias já têm colaborado em um parque eólico onshore em construção no Nordeste. O projeto, por meio de contratos de compra de energia (PPAs), abastecerá a mina de bauxita da Hydro em Paragominas, Pará, e a refinaria de alumina, Alunorte.Marcela Jacob, responsável pela Hydro Rein no Brasil, disse que essa transação é parte da estratégia de crescimento da empresa em energia renovável, visando a redução das emissões em 30% até 2030 e a neutralidade de carbono até 2050.
Desligamento de usinas nucleares não deverá impactar preços
A paralisação das usinas de Angra 1 e 2 para reabastecimento de combustível nuclear não deve gerar impactos significativos no preço da energia no curto prazo, segundo especialistas, na medida em que os reservatórios das hidrelétricas estão cheios e há oferta de eólica e solar. A Eletronuclear realizou, neste sábado (28), a parada programada de Angra 1 para reabastecimento de um terço de combustível nuclear. No dia 25 de setembro a usina de Angra 2 também foi desligada pelo mesmo motivo. Com isso, as duas usinas ficam fora do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Políticos no comando das estatais: um ‘revival’
Severino Cavalcanti era um político do baixo clero que, por um desatino da política brasileira, assumiu a Presidência da Câmara dos Deputados em 2005. Segundo os relatos da imprensa na época, o deputado teria pressionado Lula, então em seu primeiro mandato, a lhe dar o direito de nomear um apadrinhado para “aquela diretoria da Petrobras que fura poço e acha petróleo”. Eduardo Cunha, outro célebre presidente da Câmara, acreditava que indicar um aliado para a diretoria ou a vice-presidência de um banco público, como a Caixa Econômica Federal, lhe daria mais poder e influência do que obter um Ministério.
Energia solar com base em órbita espacial? Estes cientistas conseguiram um grande avanço
Mesmo para os padrões da Corrida Espacial, a ideia parecia arrojada, talvez um pouco louca. Em 1968, antes do primeiro ser humano pisar na lua, um engenheiro que trabalhava em uma das experiências da missão Apollo propôs uma nova forma de alimentar o mundo. Centrais de energia solar gigantes em órbita poderiam absorver a luz constante do sol no espaço – sem serem impedidas por nuvens, noites ou estações do ano – e transportá-la de volta para a Terra, escreveu Peter Glaser na revista Science.
Para transição energética ser bem-sucedida, precisará de mais aritmética e menos narrativas
A atual crise hídrica que está ocorrendo na Região Norte do Brasil traz de volta as preocupações legítimas sobre as mudanças climáticas. De um lado, os ambientalistas mais radicais afirmam que é preciso reduzir ao máximo o uso de combustíveis fósseis no mundo: carvão, petróleo e gás natural. Afirmam, também, que o Brasil não escapa da sandice planetária devido à posição do governo Lula ser ambivalente em relação à questão ambiental e climática ao se comprometer em combater o desmatamento e não entender que explorar mais petróleo aprofunda a crise climática.
( Adriano Pires )
Investimento norueguês em energia renovável no Brasil dispara e chega a R$ 5,8 bi em dois anos
Potência em energia renovável e país considerado seguro dos pontos de vista geopolítico e jurídico, o Brasil é um dos destinos prioritários para negócios de empresas norueguesas. Essa é a mensagem de um relatório divulgado nesta sexta-feira, 27, pelo serviço diplomático da Noruega, que registra investimento total de R$ 36 bilhões (US$ 7,3 bilhões) dessas empresas no País durante os anos de 2021 e 2022. O montante é 5,6% superior ao verificado no biênio anterior. Para a cônsul geral da Noruega no Rio de Janeiro, Mette Tangen, a conta tende a subir mais no período até 2024, expectativa ligada a compromissos já assumidos e oportunidades relacionadas à transição energética.
Aneel mantém bandeira verde em novembro e conta de luz continua sem taxa adicional
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta sexta-feira, 27, que vai manter a bandeira tarifária verde acionada em novembro. Com a decisão, as contas de luz seguem sem cobranças de custos extras no próximo mês. O nível foi mantido devido às condições favoráveis de geração de energia no País. Com os reservatórios das usinas hidrelétricas cheios, não é necessário acionar fontes mais caras, como as termelétricas.
Ministro retira Porto de Santos da lista de privatizações: ‘Vamos esquecer esse debate’
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, assinou nesta sexta-feira, a retirada do Porto de Santos do Programa Nacional de Desestatização (PND). Com isso, encerra a possibilidade de privatização do terminal portuário. “A decisão do presidente Lula é pela não privatização do Porto de Santos. Vamos esquecer esse debate para trazer mais previsibilidade para os investimentos”, afirmou o ministro durante cerimônia promovida na cidade do litoral paulista. A decisão da União permite que a iniciativa privada invista apenas em obras estruturantes no terminal. Como exemplo, Costa Filho citou projetos de mobilidade urbana e dragagem.
Governo já pode tirar Itaipu da conta de luz e rever venda da energia, dizem entidades
Quitada a dívida contraída para a construção de Itaipu, o Brasil já pode rever a forma como comercializa a energia da hidrelétrica, avaliam especialistas do setor. A medida não demanda negociação com o Paraguai e não fere os princípios do Tratado de Itaipu. Depende apenas de decisão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e alteração legal no Congresso Nacional, afirmam. Neste momento, Brasil e Paraguai estão prestes a iniciar a renegociação do Anexo C, parte do tratado que define questões financeiras, mas isso também não faz diferença, argumentam.
Painel solar da China sai mais barato que modelo da mesma empresa feito em SP
A BYD, conhecida pelos carros elétricos, possui uma frente de negócio dedicada à produção de painéis solares, com fábricas em apenas dois países: Brasil e China. Mas, se um cliente brasileiro quiser comprar um módulo fotovoltaico da companhia, sai mais barato importar de Shenzhen do que encomendar o mesmo modelo feito em Campinas. O exemplo ilustra uma das atuais disputas no setor de energia solar: as isenções tributárias que o produto chinês recebe para entrar no país.
Peru aposta em megaporto de US$ 3,6 bi para atrair agronegócio do Brasil
A cidade de Chancay era conhecida por ser uma pacata cidade de pescadores a 80 km ao norte de Lima e um refúgio de fim de semana para os moradores da capital. Mas, hoje, a região próxima ao mar tornou-se um enorme canteiro de obras, com guindastes movendo pilares enquanto caminhões basculantes rodam o tempo todo. O município está prestes a se tornar sede de um dos maiores portos de águas profundas na América Latina. A construção e operação serão realizadas totalmente por empresas privadas —o que as autoridades locais avaliam que pode ser um modelo para outras obras de infraestrutura no Peru.
Governo retira porto de Santos de plano de desestatização e anuncia investimento de R$ 13,4 bi
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, assinou nesta sexta-feira (27) a retirada do porto de Santos do Programa Nacional de Desestatização (PND) e anunciou investimentos de R$ 13,4 bilhões no complexo, em até dez anos, informou a pasta. Costa Filho já havia afirmado em meados de setembro que o porto de Santos não seria privatizado. Na ocasião, porém, ele ponderou que há espaço para parcerias com o setor privado. O maior complexo portuário da América Latina, localizado no estado de São Paulo, foi incluído no PND, parte do Programa de Parcerias de Investimento, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.