Codesp lança licitação para dragagem em contrato para ir até a concessão do canal

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O diretor-presidente da Codesp (Companhia Docas de São Paulo), Casemiro Tércio Carvalho, informou que nas próximas duas semana será lançada licitação para dragagem de manutenção do Porto de Santos (SP). O contrato será por um período de dois anos, mas o presidente da companhia espera que, antes disso, a solução que ele considera definitiva esteja concluída: a concessão da gestão do canal do porto.

“Teremos uma cláusula para que o contrato seja encerrado assim que a empresa que vencer a concessão mobilizar as dragas para operar. Trabalhamos para que isso ocorra antes do fim do contrato”, disse Tércio.

O diretor-presidente garantiu que foram tomadas todas as medidas necessárias para que não ocorra, como em 2017, um assoreamento no canal que levou à redução dos calados dos navios e a prejuízos na operação do porto. Segundo Tércio, a empresa que estava fazendo a dragagem deixou uma espécie de colchão para suportar o processo de sedimentação que é natural nesta época do ano.

Se esse “colchão” não resistir, Tércio informou que a estatal já possui um levantamento para contratar emergencialmente empresas para fazer a manutenção de dragagem até que o novo contrato seja assinado. Segundo ele, isso pode ser usado também em caso de disputas empresariais na concorrência que durem muito tempo.

A concessão do canal de acesso, que vai incluir a dragagem e outros serviços, segundo o presidente foi pensada justamente para acabar com esse tipo de demora na contratação. Tércio informou que o chamamento público para receber estudos está aberto e as contribuições serão analisadas junto com os estudos que já estão sendo feitos pela equipe da companhia.

“A ideia é dar transparência ao processo e por isso abrimos o período de recebimento de contribuições para tentar atrair ainda mais a participação do mercado nesse processo”, disse Danilo Veras, diretor de Desenvolvimento de Negócios e Regulação da empresa.

A concessão do canal é considerada um pilar da estratégia da empresa. Para isso, estão sendo pensadas soluções que garantam a qualidade do serviço e deem segurança para os investimentos. Segundo Casemiro Tércio, a modelagem vai ser direcionada para que o contrato seja avaliado por metas de qualidade a atingir, e não pela quantidade de obras feitas.

Isso significará dar incentivos à empresa para que tenha mais movimentos feitos por navios e não por uma quantidade de dragagem feita, exemplificou o presidente.

“No fim do dia, o que importa é o quanto mais de carga estamos conseguindo movimentar e é isso que queremos medir nessa concessão”, afirmou o presidente.

Para dar maior segurança, a intenção é fazer com que os pagamentos da chamada Tabela 1 (serviços prestados pela empresa), que é feita pelos armadores, sejam vinculados a uma conta bancária específica, administrada por um banco, como forma de evitar que os recursos possam ser vinculados à Codesp e sofram qualquer tipo de bloqueio.

Navegação – Casemiro Tércio informou ainda que está em estudo com a Carbocloro, empresa que administra um terminal salineiro no porto, a adoção de um transporte hidroviário pelo estuário do porto.

Segundo ele, os navios que chegam com sal fariam o transbordo da carga para embarcações menores que levariam o material ao terminal, o que evitaria o uso de caminhões para esse transporte, já que é um tipo de carga rejeitado pelos caminhoneiros que fazem transporte na região.

Segundo ele, a estatal está aberta a receber propostas de outras empresas para o transporte por hidrovia entre terminais do porto, mas para isso terá que ser demonstrada a viabilidade econômica do projeto, o que ele acredita que não será viável para muitos tipos de carga devido à necessidade de mais tombos, o que encarece a operação em relação ao custo atual.

Conteúdo produzido pela Agência iNFRA especialmente para o portal da Abdib.