O resultado do mais recente do desempenho do BNDES mostra o que já era esperado: uma situação muito ruim para a retomada do crescimento de forma mais sustentável. O resultado do mais recente do desempenho de desembolsos, aprovações, enquadramentos e consultas do BNDES, expresso em boletim divulgado ontem, dia 17, com estatísticas que compreendem o período entre janeiro e setembro deste ano, registra o que já era esperado: uma situação muito ruim para a retomada do crescimento econômico de forma mais sustentável na medida em que os financiamentos diminuíram e se mantém em patamar baixo.
Os números dos primeiros nove meses do ano são fruto de um cenário de incertezas no ambiente político e econômico, o que posterga investimentos, e da baixa expectativa de retorno dos investimentos em comparação a elevadas taxas de juros.
Não devemos ter dúvidas que é o investimento que vai aumentar a probabilidade do crescimento econômico ser sustentado e perene no longo prazo. A elevação do consumo traz algum alívio em uma economia em situação de recessão há três anos, mas não é duradouro. O retrato, já bastante conhecido, não é auspicioso: o investimento total da economia em relação ao PIB deve estar entre 15% – ou menos que isso – e o BNDES não tem sido – e talvez não será mais – um meio de promover crescimento tal qual vimos ao longo da história do banco.
O caminho para consolidar e acelerar as minguadas expectativas de crescimento econômico é perseverar na redução da taxa de juros e no equilíbrio das contas públicas e não desprezar o efeito da desvalorização do câmbio na retomada do crescimento econômico.
É fundamental insistir na agenda de segurança jurídica para atrair o capital privado na infraestrutura e será essencial encontrar espaço no orçamento público para o Estado voltar a investir em ativos e sistemas que estão sob gestão da administração pública.
Venilton Tadini é presidente-executivo da Abdib